Apesar de comum, a alergia às proteínas do leite de vaca (APLV) pode ser fatal em bebês

Apesar de comum, a alergia às proteínas do leite de vaca (APLV) pode ser fatal em bebês

A grande preocupação dos pais é: “como identificar a APLV em seus filhos? Segundo a médica pediatra Talita Zanon, os sintomas são variáveis e podem ir desde uma reação alérgica acompanhada de inchaço e lesões na pele, até diarreia, vômitos e sangue nas fezes. A dra.  acrescenta ainda que esses não são os únicos sintomas, porém,  são os mais importantes e que podem servir como alerta.

Zanon ressalta ainda que a alergia ocorre pela imaturidade do trato gastrointestinal em digerir ou absorver as proteínas presentes no leite de vaca.

A APLV não necessariamente acontece apenas em bebês recém-nascidos. Talita lembra que como é uma doença pediátrica, pode ocorrer em lactentes (crianças até dois anos de vida), mas é nessa fase que os primeiros sintomas dão sinais, que podem se estender por toda a infância e em alguns casos por toda a vida.

Apesar de desenvolvida em sua maioria em recém-nascidos, a pediatra afirma que não há nenhuma relação com hábitos da mãe durante a gestação. Pois a digestão do bebê ao leite e seus derivados acontece através de seu próprio trato gastrointestinal, não havendo relação com a mãe.

Mesmo sendo em alguns casos de fator genético, a APLV pode ser evitada. A dra. Zanon orienta ser de grande importância “evitar a exposição a alimentos com leite de vaca antes de no mínimo um ano de vida. Existe sim o fator genético! No entanto podemos contorná-lo simplesmente com algumas restrições” disse ela, reforçando que a introdução de alimentos a bebês tem que ser sempre acompanhada de um pediatra.

Segundo estudos, 1 em cada 20 bebês tem APLV. Entretanto, na maioria dos casos a síndrome tem cura quando realizado o tratamento com o acompanhamento de um médico. O tratamento consiste basicamente na retirada completa da proteína integral do leite de vaca da dieta destas crianças.

A APLV é uma doença grave, que traz diversos riscos para a vida da criança, desde a desnutrição devido ao comprometimento da capacidade de absorção do intestino até a parada cardiorrespiratória causada por um choque anafilático. Logo, se for identificado algum sintoma é necessário procurar um médico especialista para então começar o tratamento o mais rápido possível.

A empresária e doceira Helena Tricca, mãe de Isabel, de 2 meses, lembra do maior susto que passou com a filha, há cerca de duas semanas.  “Dei para ela um produto, cujo rótulo não informava que havia soro de leite na fórmula. Ela passou muito mal, chegou a parar de respirar e teve um engasgo muito grave (chamado BRUE – Brief Resolved Unexplained Event, em português, evento inexplicável resumido. Um evento súbito e breve que ocorre em crianças menores de um ano, com resolução em menos de um minuto, sem causa aparente), que resultou em vômitos seguidos, com poças de leite no chão.  Como eu iria identificar quais seriam “os leites” escondidos nas embalagens, para então evitar esses alimentos e poder amamentar?! Foi o maior susto que levei na vida. Fiquei apavorada, achei que ia perder minha filha” conta.

Helena conta que já tinha desconfiado que a filha sofria da síndrome devido aos sintomas que passou a apresentar. Uma ida a pediatra confirmou: a filha tinha APLV, o que a obrigou a retirar da dieta todos os derivados de leite, inclusive alimentos escritos  “sem lactose”, pois esses produtos também apresentam em sua composição derivados do leite. “Ela foi melhorando nitidamente” ressalta.

Na tentativa de evitar a APLV, Helena lembra da importância do aleitamento materno.  “Alguns bebês reagem mal também a fórmulas infantis que a indústria farmacêutica produz com compostos que não são ideais para uma criança sensível e alérgica”. Ela ainda dá um conselho para as mães de alérgicos: “Fiquem atentos com os derivados do leite em alimentos industrializados. Consumam mais produtos caseiros e que não tenham traços de leite, como comidas orgânicas, vindas da terra, feitas em casa”.

fonte: acritica.net