Bebês que nascem por cesariana têm duas vezes mais chances serem alérgicos ao leite de vaca, diz estudo

Bebês que nascem por cesariana têm duas vezes mais chances serem alérgicos ao leite de vaca, diz estudo

A pesquisa foi realizada por especialistas de um tradicional hospital de Buenos Aires, na Argentina

Urticária, vômitos, diarreia e cólicas. Estes são alguns dos sintomas causados pela Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV), um distúrbio alimentar no qual o organismo humano rejeita a ingestão de leite e, consequentemente, de seus derivados. Uma vez que boa parte dos alimentos que consumimos diariamente possuem o leite de vaca como base, a doença pode causar diversos transtornos, afetando a qualidade de vida.

A APLV causa tantos problemas que mereceu a atenção de uma pesquisa realizada por médicos do hospital Pirovano, de Buenos Aires, na Argentina. O estudo, chefiado pelo gastroenterologista pediátrico Christian Boggio Marzet, concluiu que os bebês que nascem por cesariana têm duas vezes mais chances de serem alérgicos ao leite de vaca do que os que vêm ao mundo por meio do parto normal.

A pesquisa analisou, entre os anos de 2010 e 2014, 238 crianças com cerca de 7 meses de idade, que apresentavam os sintomas clássico da alergia ao leite. “A principal conclusão é que as crianças que não passam pelo canal vaginal durante o parto têm o dobro do risco de desenvolver esse tipo de reação alérgica”, afirma o médico Christian Boggio Marzet, um dos responsáveis pelo estudo, em entrevista à agência de notícias argentina Télam.

O especialista lembra que, no entanto, os resultados do estudo chefiado por ele não concluem que este seja o fator determinante para que uma criança tenha, ou não, a Alergia à Proteína do Leite de Vaca.

Explicação

Christian Boggio Marzet fala sobre o fator que pode ser determinante para que os bebês que nascem por cesariana tenham duas vezes mais chances de serem alérgicos ao leite de vaca do que os que nascem por meio do parto normal. “Quando o bebê passa pelo canal vaginal, ele recebe da mãe seus primeiros germes, que entram pela boa e nariz da criança e vão parar no intestino, criando, assim, uma resistência. Por outro lado, na cesariana, os germes recebidos pelo bebê estão espalhados pela sala de parto e não ajudam no desenvolvimento do sistema imunológico”, esclarece o médico argentino

Fonte: www.revistaencontro.com.br – Por Marcelo Fraga