Numa altura em que os testes a intolerâncias e alergias alimentares invadem as clínicas um pouco por todo o mundo – transformando-se quase numa tendência global -, torna-se importante esclarecer uma das dúvidas mais comum: Podemos ficar alérgicos a alguns alimentos mesmo sendo adultos?
A alergia alimentar é uma reação imunológica, mediada por IgE específicas [Imunoglobulina E], que ocorre após a ingestão ou contacto com um determinado alimento. A resposta do organismo ao alimento causador de alergia é imediata e até mesmo intensa, podendo ocorrer cerca de uma a duas horas após a ingestão do alimento nocivo e que é facilmente identificado.
Comummente associadas a crianças, a alergia alimentar pode, na verdade, afetar os adultos e surgir em qualquer fase da vida. Quem o diz é o médico Ruchi Gupta, autor de um recente estudo levado a cabo nos Estados Unidos e que vem reforçar algo que a ciência tenta explicar há muito: podemos ficar alérgicos a determinados alimentos mesmo quando os consumimos ‘desde sempre’.
Ao The New York Times, Gupta explica que a sua investigação notou que o marisco é o alergénico mais comum dos adultos, seguindo-se o amendoim e a noz. Contudo, tal como acontece com as crianças, também os adultos tendem a desenvolver alergia a oito alimentos muito específicos: leite de vaca, ovo, trigo, soja, amendoim, frutos de casca rija, peixe e marisco (que tende a assumir-se como alergénico mais frequentemente nos adultos do que nas crianças).
Mas, porque é que podemos ficar a alérgicos a algo que sempre comemos? A ciência ainda não é capaz de dar uma resposta concreta a esta questão, contudo, Gupta destaca que alguns estudos têm mostrado que a gravidez é capaz de desencadear este ‘fenómeno’, podendo existir algum tipo de ligação hormonal na incapacidade de o organismo digerir algo com que toda a vida contactou.
Contudo, para se ter a certeza de que se trata de uma alergia e não de uma ligeira intolerância alimentar, é importante não só saber distinguir ambas as patologias (até porque a alergia tem sintomas imediatos bem caraterísticos), como procurar o aconselhamento de um alergologista.
Fonte: Lifestyle ao minuto – por Daniela Costa Teixeira